Você sabia que:

O Câncer do colo uterino se caracteriza por uma proliferação desordenada de células desse órgão, com características malignas. Sua causa hoje é bem conhecida e esta relacionada à persistência de infecção pelos tipos oncológicos do Papilomavírus Humano (HPV), um vírus de transmissão sexual.

Como é uma doença de evolução lenta, geralmente não tem sintomas numa fase inicial, o que a torna mais perigosa. A taxa de mortalidade está diretamente ligada à falta ou escassez de programas de controle.

As estratégias de controle e de redução da mortalidade podem agrupadas em tres grandes frentes: programa de prevenção baseado na coleta periódica do exame de citologia oncológica do colo (conhecido como exame de Papanicolaou); programa de vacinação de meninas e meninos jovens, preferencialmente em uma faixa etária antes do início da atividade sexual; Exame de testagem de HPV, que detecta a presença do vírus capaz de causar o câncer.

A testagem do HPV ainda é um exame de alto custo e nem sempre está disponível nos Programas de Prevenção da maioria dos países. O teste de Papanicolau é um exame simples, não invasivo, que constitue a principal arma preventiva, disponivel para as mulheres. Seu uso inserido em um Programa de Controle, pode ser através de duas maneiras: o chamado “Screening organizado”, onde as mulheres são catalogadas nacionalmente e convocadas a repetirem o exame com periodicidade definida e com isso tem maior possibilidade de detectar uma alteraçãoprecoce ao longo de suas vidas, possibilitando tratamentos menos mutilante e elevada taxa de cura; ou o chamado Screening “oportunista”, onde o exame é realizado apenas em mulheres que vão a uma consulta ginecológica de rotina. Esta modalidade não produz um impacto tão acentuado na redução de mortalidade, pois geralmente são as mesmas mulheres que fazem os exames e nao a população total das que precisariam fazer.

No Brasil, onde o Screening é o oportunista, em 2020, são esperados 16.710 casos novos, com um risco estimado de 15,38 casos a cada 100 mil mulheres. É a terceira localização primária de incidência e a quarta causa de mortalidade por câncer em mulheres no país (sem considerar tumores de pele não melanoma), conforme informação do Instituto Nacional do Câncer.

Neste cenário a vacinação e o estímulo das mulheres em realizar o exame preventivo é fundamental para reduzir a mortalidade por essa terrivel doença e minimizar a necessidade de tratamentos mutilantes.

As estrategias de tratamento incluem a cirurgia (que pode ser desde um pequeno procedimento de retirada do colo uterino para casos muito iniciais até grandes cirurgias envolvendo a retirada do útero, esvaziamento dos linfonodos da pélvis e dorms ligamentos no assoalho pélvico; a quimioterapia e radioterapia (geralmente utilizadas em caosos mais avançados).

O Ministério da Saúde implementou no calendário vacinal, a vacina tetravalente contra o HPV, que está disponível para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos, essa vacina é responsável pela prevenção de 70% dos casos de câncer do colo do útero.

A vacinação e a realização do exame Papanicolaou se complementam como ações de prevenção desse tipo de câncer.