O que é?
Dentre os tipos de câncer que mais afetam as mulheres, o câncer de mama é um dos mais frequentes no Brasil e no mundo. No Brasil, espera-se para este ano, mais de 64.000 casos novos da doença, conforme o Instituto Nacional do Câncer (INCA). Seus efeitos vão além das consequências biológicas da doença e afetam a percepção da imagem pessoal e da sexualidade da mulher, sendo muitas vezes considerado uma das doenças mais temidas por elas.
O câncer de mama acontece devido ao crescimento descontrolado de células, geralmente do ducto mamário, podendo formar um ou mais nódulos (na mama). São células que adquiriram características anormais causadas por uma ou mais mutações no seu material genético. É quase exclusivo em mulheres, mas também acomete o sexo masculino – representa menos de 1% do total de casos da doença nos homens.
Existem vários tipos de câncer de mama e alguns deles são mais raros que outros. Acima dos 35 anos, sua incidência cresce progressivamente, especialmente após os 50 anos. Por isso, é importante que a mulher tenha atenção especial à sua saúde, particularmente após essa faixa etária, mantendo consultas regulares com o Mastologista, para que exames possam detectar qualquer alteração o mais precocemente possível.
Na presença de um nódulo ou qualquer outro sintoma suspeito, deve-se iniciar a investigação a partir do exame clínico das mamas, seguido de exames de imagens, tais como a mamografia, ultrassonografia ou ressonância magnética.
Sinais e sintomas
O sinal mais conhecido do câncer de mama é a formação de um ou mais nódulos nas mamas. Porém, não são em todos os casos que ele está presente e pode ser difícil detectar o câncer na sua fase mais inicial apenas com esse sinal. Por esse motivo, o exame de mamografia é fundamental para detecção precoce. Também é importante saber que não necessariamente um nódulo na mama significa câncer. Muitos podem ser benignos, ou seja, há crescimento celular anormal, mas não se disseminam. Desta forma, qualquer alteração na mama deve ser examinada por um médico especialista.
Outros sinais e sintomas que podem estar presentes no câncer de mama são:
- Nódulo único endurecido
- Irritação ou abaulamento de uma parte da mama
- Inchaço de toda ou parte de uma mama (mesmo que não se sinta um nódulo)
- Edema (inchaço) da pele
- Eritema (vermelhidão) na pele
- Inversão do mamilo
- Sensação de massa ou nódulo em uma das mamas
- Sensação de nódulo aumentado na axila
- Espessamento ou retração da pele ou do mamilo
- Secreção sanguinolenta ou serosa pelos mamilos
- Inchaço do braço
- Dor na mama ou mamilo
Apesar dos sinais e sintomas serem importantes, a confirmação diagnóstica só acontece por meio da biópsia. Existem diversos tipos de biópsia de mama, entre eles a biópsia cirúrgica, realizada em centro cirúrgico, e a biópsia percutânea ou através de uma punção sem necessitar de uma cirurgia em ambiente hospitalar.
Essa técnica consiste na retirada de diminutos fragmentos do nódulo ou da lesão suspeita por meio de punções, chamada de core-biopsy (extração por agulha específica), ou a Mamotomia, técnica que remove fragmentos mais expressivos, conseguindo muitas vezes remover todo o nódulo em algumas circunstâncias específicas. O material retirado é analisado em microscópio, pelo médico patologista para o diagnóstico definitivo.
Tratamento
Para a definição do melhor tipo de tratamento, cada caso deve ser avaliado de forma individualizada. A escolha irá depender do tipo e do estágio da doença, do tipo específico de câncer, chamado subtipo histológico, do grau de agressividade do tumor e mais atualmente para casos específicos depende também da biologia molecular do tumor e do padrão genético expresso por este. Esta individualização do tratamento por tipo de câncer e por paciente é parte do que chamamos hoje de Medicina (ou Mastologia) de Precisão, uma tendência da prática médica baseada em evidências.
Podemos dividir os tratamentos em dois tipos principais:
- Tratamentos locais: que incluem a cirurgia e a radioterapia, e têm como objetivo controlar localmente o tumor.
- Tratamentos sistêmicos: que se referem ao uso de medicamentos que podem ser administrados via oral ou na corrente sanguínea para atingir as células cancerígenas em qualquer parte do corpo. A quimioterapia, a terapia hormonal, as terapias-alvo (como os chamados anticorpos monoclonais) e a terapia imunológica com novas drogas são exemplos de tratamentos sistêmicos.
No Instituto Torres, as propostas de tratamento oferecidas são feitas à luz das evidências científicas da boa prática médica baseada na Literatura e Guidelines de Sociedades Médicas Internacionais. As possibilidades terapêuticas são discutidas de maneira clara com a paciente, informando os resultados esperados e possíveis, eventuais efeitos colaterais de cada uma das opções, bem como respeitando o direito inalienável da decisão de cada paciente sobre o seu próprio corpo.
Questões importantes, como reconstrução mamária no mesmo ato cirúrgico, sempre que possível, usando técnicas de Oncoplastia, são oferecidas às pacientes. A reconstrução mamária é reconhecidamente um direito da mulher que precisa ser submetida a um procedimento cirúrgico, visando mitigar mutilações. Tais possibilidades, seus possíveis benefícios e riscos devem sempre ser individualizados e discutidos de maneira clara.
E lembre-se que é um direito da mulher procurar uma segunda opinião se o desejar. O mais importante é que tenha todas as informações que precisa para se sentir acolhida e segura de que está recebendo o cuidado médico mais adequado.